O Brasil deve manter sua posição como principal fornecedor de soja para a China, apesar da pausa de 90 dias nas tarifas de exportação entre os EUA e o país asiático. Analistas ouvidos destacam que a China está bem abastecida e que o produto brasileiro é mais competitivo devido à sazonalidade das exportações.
Leonardo Martini, analista da StoneX, afirma que, mesmo com a retirada da tarifa de 10% sobre as importações de soja dos EUA, o produto brasileiro ainda é mais barato para o mercado asiático. "O Brasil deve seguir firme nas exportações até dezembro, devido à safra recorde no país", diz.
William Osnato, diretor de inteligência de mercado da Barchart, concorda que a China está em uma posição confortável em relação às compras de soja internacionais. "Os estoques de soja da China estão no pico da temporada e a maior parte das compras para outubro já foi feita", pontua.
Os analistas alertam que, sem um acordo comercial, os EUA podem ter dificuldades para exportar soja para a China e que os preços podem responder negativamente na bolsa de Chicago. "Sem um acordo comercial, os EUA exportarão um pouco mais para outros parceiros, mas não o suficiente para compensar a perda de demanda da China", afirma Osnato.