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Alckmin diz que a 'negociação não terminou hoje, ela começa hoje'
Vice-presidente afirmou que 35,9% das exportações brasileiras serão afetadas pelas tarifas mais altas. Segundo Alckmin, mesmo após a formalização do tarifaço nesta quarta-feira (30), ainda há espaço para negociação com os Estados Unidos.
Publicado em 31/07/2025 15:00
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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou que "a negociação [com os EUA] não terminou hoje, ela começa hoje".

Alckmin avaliou que mesmo após a formalização do tarifaço nesta quarta-feira (30), ainda há espaço para conversas. Segundo ele, o Brasil sempre esteve aberto ao diálogo.

"É um perde-perde. Nos atrapalha em mercado, emprego e crescimento, e encarece os produtos americanos", afirmou.

Na entrevista, Alckmin também afirmou que os gastos de apoio aos trabalhadores podem ser excluídos da meta fiscal. Mesmo se retiradas do limite de gastos e da meta para as contas públicas, estas despesas elevarão ainda mais a dívida brasileira — já considerada alta para o padrão de países emergentes.

O decreto assinado nesta quarta pelo presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, elevou para 50% a alíquota sobre produtos brasileiros, mas também trouxe uma lista de quase 700 exceções que beneficiam segmentos estratégicos como o aeronáutico, o energético e parte do agronegócio.

De acordo com o vice-presidente, cerca de 35,9% das exportações brasileiras aos EUA serão afetadas pela tarifa de 50%, anunciada pelo presidente Donald Trump.

Isso ocorre, segundo ele, porque:

 

  • 45% dos produtos foram retirados da lista de aumento pelos EUA, excetuados;
  • Aço e alumínio, que já tinham alíquota de 50%, assim permanecem;
  • Automóvel e autopeças tinham alíquota de 25% dos EUA ao mundo inteiro, e assim continuam.

 

Alckmin afirmou que os Estados Unidos precisam o café brasileiro, pois são grandes consumidores do produto. Ele adiantou também que vai trabalhar para excluir, além do suco de laranja, outras frutas do tarifaço, como a manga.

 

“Brasil é o maior exportador do mundo, maior produtor do mundo. Vai ter de buscar outros mercados, ou vamos trabalhar com os EUA, pois é um grande consumidor de café. E eles tomam aquele café grandão, eles precisam do nosso café arábica para o blend. Primeiro trabalhar para baixar a tarifa, eles não produzem café”, disse.

Proteção aos empregos no país

 

O vice-presidente disse que o governo está fechando um plano de proteção aos empregos, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai “bater o martelo” sobre o assunto. Segundo ele, haverá um "conjunto de normas para preservar emprego e a produção”.

 

“Ninguém vai ficar desamparado. Os 35,9% efetivamente atingidos pela tarifa, dos 10% mais 40%, vamos lutar para diminuir", frisou.

 

"Não damos como assunto encerrado. Negociação mais forte começa agora. Segundo, vamos buscar alternativas de mercado. E terceiro, apoiar setores. Tem pescado muito atingido, mel, frutas, carne bovina e especialmente indústria. Essa é mais difícil de colocar. Tem indústria muito focada naquele mercado", prosseguiu Alckmin.

Sanções contra Moraes

 

Ele saiu em defesa da separação de poderes e da soberania nacional. Mencionou também a reunião feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com ministros do STF após as sanções contra Moraes.

Nesse sentido, reforçou o teor da nota publicada por Lula em solidariedade ao ministro do STF.

No comunicado desta quarta, o presidente brasileiro pontuou ser “inaceitável” a interferência de Trump no Judiciário brasileiro.

 

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