Por Marcelo Teixeira
NOVA IORQUE (Reuters) - Recursos naturais que não são cultivados nos Estados Unidos, incluindo café e cacau, podem ser isentos de tarifas de importação quando acordos comerciais com países produtores forem firmados, disse o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, nesta terça-feira.
Lutnick afirmou em uma entrevista para o programa de entrevistas "Squawk Box", da CNBC, que o presidente Donald Trump concordou em estabelecer tarifas zero para os recursos naturais que não são cultivados nos EUA nos acordos comerciais que ele fechou, incluindo aqueles com a Indonésia e a União Europeia.
"Se você cultiva algo e nós não cultivamos, isso pode custar zero, então, se fizermos um acordo com um país que cultiva manga ou abacaxi, eles podem entrar sem tarifa, porque café e cacau serão outros exemplos de recursos naturais", disse Lutnick.
"Então a Europa trouxe a cortiça, por exemplo. Ela pode entrar nos EUA sem tarifa", disse.
Uma parte do texto do "Acordo de Comércio Recíproco entre os Estados Unidos e a Indonésia", publicado na semana passada pela Casa Branca, cita recursos naturais.
Ele diz que os EUA "também podem identificar certas commodities que não estão naturalmente disponíveis ou produzidas internamente nos Estados Unidos para uma redução adicional na taxa tarifária recíproca".
A Indonésia concordou com uma tarifa de 19% para vender seus produtos nos EUA, mas pode eventualmente ter tarifa zero para seu café, cacau ou outros produtos tropicais.
Lutnick, no entanto, não comentou sobre a situação dos produtos tropicais vindos de países que ainda não têm acordo com os EUA, como o Brasil.
Trump ameaçou impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, em uma atitude que também envolve política, já que o presidente dos EUA reclamou do tratamento que a Justiça brasileira está dando ao ex-presidente Jair Bolsonaro, seu aliado.
O Brasil fornece um terço do café usado nos EUA, o maior consumidor mundial da bebida, e esse comércio pode ser fortemente impactado se tarifas forem de fato impostas.
(Reportagem de Marcelo Teixeira)
Fonte:
Reuters