Agrolink - Leonardo Gottems
De acordo com a TF Agroeconômica, as recentes incertezas causadas pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, somadas ao conflito no Mar Negro, geraram uma mudança momentânea nas tendências do mercado, impactando as cotações do trigo. As chuvas em áreas de produção importantes no Hemisfério Norte contribuíram para a queda nos preços, o que, a curto prazo, não sustenta as altas do mercado interno brasileiro. No entanto, a consultoria destaca que esse é um cenário de oportunidade, uma vez que o mercado de Chicago apresenta quedas momentâneas que podem ser aproveitadas para compras mais baratas.
Apesar desse cenário de baixa, a TF Agroeconômica enfatiza que, a médio e longo prazos, os fundamentos do mercado não indicam uma tendência de queda para o trigo. A recomendação é que moinhos aproveitem as quedas temporárias para adotar posições de *CALL* (compra), visando a um aumento dos preços no futuro, especialmente entre maio e julho, quando os preços internos devem subir. A consultoria também oferece simulações para prever os níveis futuros de alta, que podem representar um custo adicional de até R$ 200/300 por tonelada.
Entre os fatores que indicam alta para o trigo a longo prazo, estão a situação de Oferta e Demanda (O&D) global, que aponta para uma maior demanda que a produção, resultando em estoques menores, conforme relatório do USDA de março. Além disso, a alta nos preços internos brasileiros está relacionada à baixa disponibilidade de trigo local e às altas do trigo argentino, com aumentos registrados de até 15,31% no Rio Grande do Sul e 9,77% no Paraná.
Por outro lado, existem fatores que podem pressionar os preços para baixo, como a incerteza nos fundos de investimento em relação às políticas comerciais dos Estados Unidos, previsões de boas chuvas nas principais regiões produtoras do Hemisfério Norte e uma projeção de aumento na produção de trigo da União Europeia para a safra de 2025/2026.
