Quando uma semente é colocada no solo para gerar alguma variedade de vegetal, temos pouca noção de todo o trabalho que já foi desenvolvido antes para que essa semente chegue às mãos de produtores espalhados pelo mundo. Ao todo, o processo leva cerca de 6 anos entre o início do melhoramento genético e o lançamento comercial de uma nova variedade.

Após o primeiro ano, que é dedicado aos cruzamentos, cerca de 600 cultivares são disponibilizadas para os testes iniciais, que acontecem na sede da empresa, na cidade de Nunhem, na Holanda.

Durante a Jornada BASF Nunhems, o Notícias Agrícolas acompanhou a visita à instalação tecnológica e verificou parte das atividades realizadas nos 2.500 metros quadrados de estufas de alta e média tecnologia para produção de sementes e testes.

“Aqui é a Central da BASF Nunhems, onde trabalham 800 pessoas em diferentes áreas, sendo 30% em pesquisa e desenvolvimento”, conta Úlia de Domenech, Head Global de Comunicação de Sementes de Vegetais da BASF Nunhems.

Dentro das estufas, os pesquisadores cultivam as variedades e fazem testes de luminosidade, irrigação e fertilização para definir vigor, produtividade e qualidade, de acordo com as características buscadas.

“Se buscamos, por exemplo, homens fortes de olhos azuis, juntamos os pais que são fortes e as mães de olhos azuis, cultivamos os filhos e vamos procurando quais se encaixam nesse modelo desejado: homens fortes de olhos azuis”, contou um pesquisador da área de pepinos durante a visita do grupo.

Para garantir bons resultados nos testes, toda a instalação conta com um sistema de alta tecnologia, que utiliza água captada das chuvas, além de reciclar e reaproveitar águas já utilizadas nas irrigações. O vidro utilizado no teto das estufas também é diferente do comum, com placas de prisma que deixam a luz difusa, garantindo iluminação total e sem sombras.

O cuidado com a fertirrigação também é grande. Cada tipo de vegetal possui até 5 receitas diferentes, misturadas e aplicadas de acordo com a época do ciclo de desenvolvimento da cultura.

No fim do processo, das 600 variedades que ingressaram no estudo, cerca de 70 são selecionadas para a próxima etapa de triagem, que acontece também na Holanda, mas no Centro de Experiência do Tomate, localizado na cidade de Kwintsheul.

Por lá, essas 70 variedades selecionadas são cultivadas novamente em estufas de alta tecnologia, com toda a precaução para evitar a entrada de agentes contaminantes na instalação e acompanhamento constante dos técnicos e pesquisadores, que buscam determinadas características nos vegetais.

“É aqui que fazemos a triagem das nossas variedades que vêm do departamento de criação e selecionamos as melhores em nossos testes. Nós coletamos muitos dados de cada variedade para decidir quais irão virar comerciais ou não”, diz Cees Ammerlaan, Especialista do Produto de Tomate BASF Nunhems.

Aprovados ou não, todos os frutos colhidos por aqui são vendidos ao mercado diretamente, e uma parte da produção é disponibilizada em uma loja dentro do próprio Centro, que possui preços mais acessíveis e é voltada para atender a população local.

Das 70 variedades que ingressaram, cerca de 5 são aprovadas para as próximas etapas. Durante os próximos dois anos, as variedades serão testadas em campo, com auxílio de produtores parceiros espalhados pelo mundo, reduzindo esses números de 5 para 2, até chegar a apenas 1 variedade, que se tornará um produto comercial.

A partir daí, as sementes são produzidas pelo mundo, também com a ajuda de produtores rurais selecionados e parceiros da empresa, e acabam retornando para a sede da Nunhems, na Holanda.

Nesse momento, tem início um rigoroso controle de qualidade das sementes, retirando detritos, impurezas e unidades fora do padrão de tamanho e peso. Outra etapa importante é que parte das sementes passa por um tanque de água em movimento por 7 dias para acelerar o processo de germinação, antecipando de 15 para 3 dias após a semeadura.