Colheita está avançada em várias regiões do país e o cenário é de otimismo no setor
Ao contrário de produtores de grãos, o produtor de algodão está otimista com os preços neste ano. A média de produtividade deve ser uma das maiores da história. Durante evento promovido pela Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), analistas abordaram o cenário atual da cultura e o bom momento para fechar vendas no mercado futuro e travar a compra de insumos.
Em minas gerais, a colheita do algodão já atingiu 40% da área total, que nesta safra está estimada em dezoito mil hectares. A produção esperada é de vinte e sete mil toneladas de algodão em pluma.
O presidente da associação e produtor, Inácio Carlos Urban, comparou a situação do algodão com outras culturas, como soja e milho, que neste ano sofrem com os preços. “Esse ano, a margem do algodão vai ser superior a de soja e milho em Minas Gerais. Os preços da soja e do milho caíram muito então você precisa de altas produtividades para conseguir empatar. Já no algodão, nós vamos ter uma pequena margem de lucro ainda”.
A produtividade média da cultura na safra 2016/2017 vai ser a segunda maior já registrada, com mil e seiscentos quilos de algodão em pluma por hectare. Para o analista econômico do Rabobank Victor Ikeda, além do bom rendimento das lavouras, os preços são determinantes para elevar a margem de lucro.
“No ciclo 2015/2016, nós vimos preços no mercado internacional próximo de US$ 0,60 por libra peso. Esse ano está próximo a US$0,75 por libra peso. então além de uma questão de produtividade boa, tivemos a questão de preços que ajudaram as margens do cotonicultor no Brasil este ano”, explica Ikeda.
O momento é favorável para o produtor negociar parte da produção da próxima safra no mercado futuro, segundo Ikeda. Aproveitando, assim, os bons preços já que a tendência é de preços menores ao longo do próximo ciclo produtivo.
O presidente da Associação, Inácio Urban, acredita que o produtor também deve aproveitar o momento para fazer as compras de insumos utilizando as ferramentas de Barter. “Nós precisamos acompanhar o clima no mundo, aproveitar as oscilações de baixa e agora é o momento para isso. Produtor deve sempre ficar de olho nas commodities e nos insumos”, afirma.
Durante o evento, também foram discutidas as condições climáticas para a próxima safra da cultura, rumos da política brasileira e os desafios para aumentar a produtividade do algodão. Para o consultor Dejalma Zimmer, os três principais fatores são os cuidados com a semente, construção do solo e técnicas de plantio.
“E preciso posicionar bem a semente porque onde você colocar a semente é que vai existir a planta. A melhora maneira para ajustar a dose de adubo, água e solo é a boa distribuição na linha de semeadura horizontalmente e na profundidade ser uniforme. Com isso você dá condições iguais para a planta”, comenta Zimmer.
Fonte: Canal Rural