Na manhã desta terça-feira (25), o mercado do açúcar opera próximo à estabilidade, com o contrato maio/25 negociado a 19,48 cents de dólar por libra-peso e o julho/25 a 19,11 cents. Desde o início do ano, o setor tem enfrentado instabilidade, impulsionada principalmente pela safra indiana, que inicialmente indicava uma possível recuperação, mas agora demonstra menor potencial produtivo. Esse cenário fez com que as cotações do açúcar saíssem da faixa dos 17 cents em janeiro para os atuais 19 a 20 cents. Além do monitoramento da produção, o mercado agora acompanha a qualidade dos processos na Índia. Recentemente, a China proibiu a importação de xarope de açúcar da Tailândia, medida que pode gerar um impacto estimado em US$ 60 milhões para as empresas tailandesas.

Roberto Rossi, diretor de negócios da Coplacana, avalia que, apesar da volatilidade do mercado, os preços seguem estáveis e remuneradores. “No geral, teremos uma safra menor este ano, mas os preços são compensadores, o que tem levado os produtores a investirem em insumos para garantir uma boa produtividade”, destaca Rossi.

Mercado interno

De acordo com cálculos do Cepea, as vendas domésticas de açúcar cristal seguem mais vantajosas em comparação ao valor equivalente das exportações, um cenário que se mantém desde a segunda quinzena de outubro/24. Entre 17 e 21 de fevereiro, a média semanal do Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (cor Icumsa de 130 a 180) foi de R$ 141,49/saca de 50 kg, enquanto as cotações do contrato nº 11 da ICE Futures (vencimento março/25) registraram R$ 141,00/saca. Dessa forma, o mercado spot paulista remunerou 0,34% a mais do que as exportações.

No entanto, o levantamento do Cepea aponta que os preços do açúcar cristal não têm mostrado sustentação, já que algumas usinas continuam reduzindo os valores de suas ofertas. Comparando as médias do Indicador CEPEA/ESALQ das últimas duas semanas, a queda foi de 1,95%.

Após nove semanas consecutivas de valorização, o preço do etanol hidratado cedeu no mercado spot de São Paulo. Segundo pesquisadores do Cepea, a queda foi impulsionada pelo enfraquecimento da demanda das distribuidoras e pela necessidade de venda de algumas usinas, que se preparam para o fechamento do balanço do ano-safra.

Nem mesmo a proximidade do recesso de Carnaval foi suficiente para impulsionar a procura. Entre 17 e 21 de fevereiro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou em R$ 2,8503/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), uma leve queda de 0,13% em relação ao período anterior. Já para o etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 3,1780/litro (valor líquido de impostos, sem PIS/Cofins), registrando um recuo de 2,53% no mesmo comparativo.