Para o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luís Rangel, soluções neste tema precisam ser construídas em conjunto pelo setor
Em debate realizado durante o XVII Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (SNDS), em Atibaia (SP), representantes do Ministério da Agricultura (Mapa), Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan) e Associação Brasileira de Criadores de Suínos avaliaram que a discussão sobre o uso de antibióticos precisa avançar no Brasil.
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura (Mapa, Luís Rangel), entende que a pasta quer avançar nas discussões do tema visando manter a viabilidade da produção animal de aves, bovinos e suínos. "As soluções neste tema precisam ser construídas em conjunto", pontua.
O diretor técnico da ABPA, Ariel Mendes, ressalta que o diálogo entre as entidades ocorre há anos e tivemos um posicionamento claro de que o tema era importante quando a União Europeia começou a pressionar o Brasil. "A questão do uso de antibióticos na suinocultura chegou um pouco mais tarde, pois o setor não exportava para os mercados com este tipo de exigência", destaca.
Para o vice-presidente executivo do Sindirações, Ariovaldo Zani, é possível reduzir o uso de antibióticos através de altos investimentos em infraestrutura. "Os europeus adotaram essa medida por precaução, mas, para mim, é parte da conspiração contra a avaliação de risco baseada em ciência. Vejo, inclusive, que os americanos foram inocentes em mudar de posição", argumenta.
Na avaliação do representante do Sindan, Christopher White, o uso responsável e prudente de antibióticos tem lugar no presente e no futuro, mas para colocá-lo em prática não é tão simples e rápido. "Sua adoção depende de mecanismos adicionais de controle, através do receituário veterinário e de formas estruturadas, como uma plataforma eletrônica, que demanda tempo, trabalho, mobilização e investimento", resume.
O diretor-executivo da ABCS, Nilo de Sá, afirma que esse é um assunto presente que necessita ser discutido, seja pela ciência, seja por ativismo. "O consumidor mudou e não busca apenas preço. A ABCS chamou a responsabilidade de discutir isso e construir as melhores condições para os produtores brasileiros, que devem ter suas peculiaridades respeitadas", disse.
Segundo ele, um pequeno produtor não deve ser tratado da mesma forma que um grande. "Não acreditamos em banimento do uso de antibióticos, mas no uso prudente", finalizou.
Fonte: Canal Rural