O mercado da soja continua ooperando em queda e vem intensificando suas baixas no pregão desta terça-feira (17), testando suas mínimas desde agosto na Bolsa de Chicago. Perto de 14h20 (horário de Brasília), as cotações perdiam entre 7,25 e 10,50 pontos nos contratos mais negociados, com o janeiro sendo cotado a US$ 9,74 e o maio com US$ 9,86 por bushel. O junho também já trabalhava abaixo dos US$ 10,00, com US$ 9,96.
Os derivados também trabalhavam em campo negativo, com baixas no óleo de soja que passavam de 3%. As baixas se davam, mais uma vez, pelas notícias vindas da equipe de transição do governo de Donald Trump, sinalizando uma reversão de políticas ambientais de Joe Biden, o que traz, portanto, menos incentivos aos biocombustíveis, como o biodiesel, por exemplo.
"O óleo é afetado pela queda nos preços do petróleo, em meio à expectativa de aumento na oferta global no próximo ano e na revisão para baixo na demanda, o que deve elevar os estoques finais. As preocupações com a economia chinesa e o crescimento da oferta nos EUA estão entre os fatores que pressionam a commodity energética", informa a equipe da Agrinvest Commodities.
Na tarde desta terça-feira, os futuros tanto do petróleo WTI, quanto brent, perdiam quase 2%, com o brent cotado a US$ 72,92 por barril.
Ademais, o mercado da soja sofre a pressão de ausências que podem sinalizar alguma força para as cotações, mantendo no centro das atenções dos traders, portanto, os fundamentos baixistas para o grão.
Enquanto isso, a pressão vinda das projeções de uma grande safra na América do Sul, a demanda presente, mas sem surpresas da China, e o dólar alto no Brasil mantém pressão sobre as cotações, bem como as incertezas sobre os impactos do governo Trump II para o complexo soja.
A época de final de ano faz ainda com que muitos investidores passem a, aos poucos, deixarem ou desmontarem suas posições na bolsa, o que também deixa o mercado esvaziado de novos negócios e se comportando de forma mais contida como tem se observado nas últimas semanas.
ALTA DO DÓLAR E A PRESSÃO EM CHICAGO
Paralelamente, no Brasil o dólar chegou a trabalhar com altas de mais de 1%, superou os R$ 6,15, mas perdeu árte do fôlego. Perto de 14h45 (Brasília), a moeda americana subia 0,36% para R$ 6,12, ainda enovando sua máxima histórica mais uma vez e sendo mais um fator de pressão sobre os preços da soja em Chicago. A alta da moeda ameicana frente a brasileira deixa o produto dos EUA menos competitivo, dando espaço, portanto, às perdas na CBOT.
"Para a soja, a perspectiva de safra cheia na América do Sul, a competitividade da soja brasileira na exportação e a desaceleração do esmagamento em novembro nos EUA geram pressão adicional. Um dólar mais forte, diante da expectativa de um novo corte na taxa de juros americana também pesa sobre os ativos na CBOT", detalham os analistas da Agrinvest.
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