Segundo o Sindicato Rural de Ipiranga do Norte (MT), 40 mil sacas do grão estão sem lugar para ser armazenadas
Em alguns municípios de Mato Grosso a falta de espaço nos armazéns já começa a gerar reflexos negativos para os produtores rurais. Em Ipiranga do Norte, município no médio-norte do estado, uma unidade armazenadora, que possui capacidade para estocar cerca de 120 mil sacas do produto, está praticamente sem espaço e todo o milho colhido foi deixado a céu aberto – cerca de 40 mil sacas estão sem lugar para armazenamento.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Ipiranga do Norte, Valcir Batista Gueno, a falta de armazém é um grande impasse para os produtores da região, já que na cidade a área plantada do grão foi de 150 mil hectares na segunda safra e a maioria das unidades de estocagem ainda tem soja da última safra. "Os silos ainda estão com soja da safra 2016/2017. Mesmo os armazéns particulares dos produtores têm soja para ser comercializada, e isso veio travar a entrada desse milho. Existe uma grande preocupação, pois daqui a pouco nós vamos começar a plantar a soja 2017/2018 e ainda teremos duas safras represadas. Temos um problema logístico e de comercialização que com certeza vai atrapalhar a próxima safra de soja", diz Gueno.
O presidente do sindicato afirma que essa situação era esperada, devido ao avanço do desenvolvimento do milho e pela falta de silos na região. "Essa já é uma realidade não só em nosso município, mas em toda a região", afirma.
De acordo com o produtor rural Ademir José Rosa, o silo bag tem sido uma boa opção para estocar o milho, mas o problema é que a estratégia acaba aumentando os custos. Ele acredita que os leilões do governo para estimular a comercialização não estão tendo efeito. "As atitudes do governo para ajudar a escoar essa produção não está sendo suficiente, é pouco dinheiro para muita demanda. Poucos produtores daqui conseguiram participar desses leilões", diz Rosa.
Um funcionário de um armazém que não quis se identificar afirmou que o milho foi estocado a céu aberto para não ser misturado com outro grão que já estava no silo. "Nós não quisemos misturar, porque esse produto está um pouco avariado. Mas, assim, que for descarregando o milho que está dentro do armazém, já vamos estocar esse que está no tempo".
Fonte: Canal Rural