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Produção de açúcar do centro-sul avança na 1ª quinzena com impulso do teor de ATR
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Publicado em 25/10/2024

SÃO PAULO (Reuters) - A produção de açúcar no centro-sul do Brasil atingiu 2,44 milhões de toneladas na primeira quinzena de outubro, alta de 8% na comparação com o mesmo período do ano passado, em meio a um aumento do Açúcar Total Recuperável (ATR) da cana colhida, informou nesta sexta-feira a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

A produção do adoçante, assim, aumentou bem mais do que moagem de cana do centro-sul do Brasil, que somou 33,83 milhões de toneladas na primeira quinzena de outubro (+2,75%).

Os dados vieram acima das expectativas do mercado, de 2,37 milhões de toneladas para a produção de açúcar e 33,51 milhões de toneladas para a moagem, de acordo com pesquisa da S&P Global Commodity Insights.

Já a produção de etanol cresceu 14,6%, para 2 bilhões de litros, segundo dados da Unica, com o apoio dos volumes do biocombustível feito a partir do milho.

"No comparativo com a mesma quinzena da safra passada, o aumento na produção de açúcar deriva, principalmente, da maior quantidade de açúcares totais disponíveis para transformar em etanol e açúcar. O ATR total aumentou quase 10%", disse a Unica à Reuters.

A seca, que reduz a produtividade agrícola, por outro lado ajuda na maior concentração de sacarose.

No acumulado da safra 2024/2025 até 16 de outubro, a moagem atingiu 538,85 milhões de toneladas, crescimento de 2,36% ante o mesmo período no ciclo anterior, ainda que a safra atual deva ser menor em função da seca em meses anteriores, conforme estimativas de analistas.

Desde o início da safra até 16 de outubro, a fabricação de açúcar totalizou 35,59 milhões de toneladas, alta de 1,93%, adicionou a Unica.

A produção de etanol totalizou 27,21 bilhões de litros no acumulado da safra, aumento de 7,93%.

Na primeira quinzena de outubro, as vendas de etanol pelas unidades produtoras totalizaram 1,46 bilhão de litros, salto de 17,20% em relação ao mesmo período da safra 2023/2024, uma vez que o biocombustível está mais competitivo que a gasolina.

Segundo o diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues, a despeito da expectativa de retração na moagem de cana-de-açúcar no ciclo 2024/2025, a oferta de etanol para o mercado interno deve ser compensada pelo crescimento da produção de etanol de milho, pelo menor "mix" de cana para a produção para açúcar.

Ele citou ainda que a oferta interna deve ser beneficiada pela redução esperada nas exportações do biocombustível e pelo maior estoque de passagem no início desta safra.

"Esse cenário garante conforto para o abastecimento até o final da entressafra e potencializa a descarbonização promovida pelo biocombustível no mercado nacional", comentou.

fonte; notícias agrícolas

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