Se o trabalho não for bem realizado, grão perde qualidade e será vendido por valor mais baixos
Em algumas regiões de São Paulo, a colheita do café começou com chuva. Como a umidade prejudica a qualidade os grãos, é necessário tomar alguns cuidados adicionais com o manejo nessa situação. Se o trabalho de pós-colheita não for bem realizado, o café perde qualidade e, consequentemente, será vendido por um valor mais baixo.
O engenheiro agrônomo Jonas Ferraresso indica que, em período de chuvas na colheita, o café fique enleirado para o terreiro abaixo dele possa secar. Com o local seco, os grãos são novamente espalhado novamente.
administrador da fazenda Boa Esperança, em Serra Negra (SP), Antônio Carlos Carniel, afirma que é sempre preferível secar o café no terreiro. Grãos maduros e muito úmidos levados ao secador também tem risco de fermentar na máquina e até quebrá-la. “(O ideal é) Levar para o secador com meia-seca, o que seria de 20% a 25% de umidade, aí não tem esse perigo de fermentar no secador”, diz Carniel.
Quando o clima fica chuvoso por vários dias, os produtores passam a enfrentar problemas com grãos mofados. Ferraresso lembra que o fungo branco que se forma sobre a casca do grão não é muito prejudicial à bebida, já que é superficial. O problema são fungos de coloração preta ou verde escura, que se desenvolvem posteriormente. Geralmente, eles aparecem quando o café passa muito tempo em contato com a umidade.
Quando o clima esquenta após as chuvas, os cafeicultores se veem às voltas com outra questão: a fermentação dos grãos. O administrador de fazenda Antônio Carmiel afirma que um dos processos mais rápidos para verificar se o grão está em processo de fermentação é colocar a mão no interior da leira e sentir a temperatura dos grãos.
“Se estiver quente, pode estar em processo de fermentação. Se estiver frio, está normal”, conta. Verificado que há alta temperatura, deve-se esparramar a leira o mais rapidamente possível, aconselha o administrador.
O manejo bem feito traz bons resultados. Na fazenda Boa Esperança, 10% da produção é de cafés finos, que seguem até para a Coreia do Sul. “Quando o cliente quer um café fino, ele não aceita muito erro. Se ele não tiver esse padrão, a gente não consegue exportar de forma direta”, diz o agrônomo Jonas Ferraresso.
Fonte: Canal Rural