O economista Antônio da Luz e o comentarista do Canal Rural Benedito Rosa analisam os principais pontos do Plano Agrícola e Pecuário da safra 2017/2018. Diga o que você achou do programa respondendo nossa enquete
Foi lançado nesta quarta-feira, dia 7, em Brasília, o novo Plano Safra. Ao todo, R$ 190,25 bilhões destinados ao Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018. O governo também reduziu os juros das operações.
As alterações foram profundamente discutidas no programa Mercado & Companhia, que recebeu analistas.
Veja as principais análises:
Seguro rural
Para o seguro rural, o governo destinou R$ 550 milhões
R$ 550 milhões é um valor muito baixo, se comparado ao ano passado, quando foram R$ 800 milhões. Teria que ser a principal política do governo, mas não é. O valor destinado ao seguro agrícola me parece muito baixo e ainda com taxas de juros elevadas
Antônio da Luz - economista Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul
Volume de recursos
São R$ 190,25 bilhões destinados ao Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018, por meio do qual médios e grandes produtores poderão acessar o crédito rural, entre 1º de julho deste ano e 30 de junho de 2018. O governo federal também reduziu, entre um e dois pontos percentuais, os juros das operações
Não basta o tamanho do volume, o que interessa é o caminho que os produtores vão acessar. Sabemos que os depósitos em poupança e à vista, que são usados no crédito rural, caíram. Se o banco não tiver dinheiro, terá que deixar o acesso mais rigoroso
Antônio da Luz - economista Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul
Taxa de juros
Quanto aos juros, houve redução de um ponto percentual ao ano nas linhas de custeio e de investimento e, de dois pontos percentuais ao ano nos programas prioritários voltados à armazenagem (Programa para Construção e Ampliação de Armazéns/PCA – 6,5% ao ano) e à inovação tecnológica na agricultura (Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária/Inovagro – 6,5% ao ano).
Haverá um aumento no juro real para o produtor que tomar o custeio, o que levará o produtor a procurar alternativas, como em tradings, que cobram caro. Vai ficar mais difícil do que no ano passado
Benedito Rosa - comentarista do Canal Rural
Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA)
No custeio, os juros caíram de 8,5% e 9,5% ao ano para 7,5% e 8,5% ao ano. O mesmo aconteceu para os programas de investimento, à exceção do PCA e Inovagro, nos quais a taxa foi fixada em 6,5% ao ano.
Essa linha foi pouco tomada no ano passado, por conta de juros alto, e um sentimento dos produtores de que a economia estava ruim. Agora, com essa queda de 2 pontos percentuais na taxa de juros, é bem provável que esse programa deslanche.
Antônio da Luz - economista Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul
Fonte: Canal Rural