Ela é a segunda bebida mais consumida do Brasil, ficando atrás apenas da água, e tem em Minas Gerais o seu maior expoente produtivo

O dia 24 de maio é considerado o dia nacional de uma das principais culturas do agronegócio brasileiro: o café. No campo, por mais de um século o grão foi a maior riqueza do nosso país, atraindo centenas de imigrantes e virando principal responsável pelo surgimento de cidades que ajudaram na expansão da economia. Atualmente, o café é a segunda bebida mais consumida do Brasil, perdendo apenas para a água e o país se consolidou como o maior produtor e exportador do produto, com mais de 51 milhões de sacas beneficiadas em 2016/2017.

Com esses números impressionantes, o Brasil é o país do café e, dentro do nosso território, Minas Gerais é considerado o maior produtor do produto, somando mais da metade de toda a produção nacional. No estado, o grão já faz parte da cultura e das tradições e está presente nas grandes e pequenas propriedades, como a fazenda do cafeicultor Luiz Macedo, que antes de assumir a produção de grão já se aventurou em outras culturas e criações, mas foi no café que conseguiu o sustento para a família.

“Tenho muito amor pelo café e sinto um prazer enorme de estar no meio da lavoura. Enquanto eu estiver vivo e forte, com coragem de trabalhar, é com o café que eu vou lidar”, disse o produtor rural de Guaxupé.

No começo, na década de 1980, Luiz tinha uma propriedade com apenas um hectare. Hoje, em sua fazenda de 40 hectares, são produzidas mais de mil sacas por ano e a cultura garantiu renda e alegrias ao produtor. “Criei a minha família e, hoje, cada um dos meus filhos possui sua casa, com suas coisas e maquinários para trabalhar. Tudo graças ao café.”, disse.

Criados na lavoura, os filhos de Luiz fizeram questão de seguir os passos do pai. O mais novo, Denilson Macedo, trabalha desde pequeno com o pai no cafezal e hoje já tem o seu próprio pedaço de chão. “Me interessei pelo café desde pequeno e fui pegando gosto pelo trabalho, tanto que nunca trabalhei com outra coisa na vida”, disse.

Tradição em família

Conterrâneo da família Macedo, o cafeicultor Mário Guilherme Ribeiro do Vale representa a quinta geração de uma família que lida com café há quase 100 anos. Durante essa trajetória, a família enfrentou altos e baixos e momentos de crise que foram superados com muito trabalho. “Lembro do começo dos anos 1990, quando o café foi a US$ 40, o que impacta muito o modo de sobreviver. O café é adrenalina pura, pois ele tira a monotonia do cotidiano, já que tudo pode mudar com uma geada, chuva de pedras ou seca prolongada”, falou.

Capital do café

O município de Guaxupé, onde vivem Mário e Luiz, é um dos principais produtores de café do país e abriga a maior cooperativa do setor no mundo. A entidade, que tem 13,5 mil associados e atua em 130 municípios de Minas Gerais e São Paulo, movimentou no ano passado quase R$ 4 bilhões e exportou R$ 4 milhões de sacas de café para vários lugares do mundo

“O café gera uma receita muito alta por unidade de área. A soja, por exemplo, gera entre R$ 4mil a R$ 5 mil por hectare, já o café ele gera de R$ 10 mil a R$ 15 mil por hectare. Com o café, é possível viabilizar a vida do pequeno produtor com mais facilidade”, disse o presidente da Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), Carlos Alberto Paulino da Costa.

Saúde

Pequeno no tamanho e enorme na importância para a economia e para a saúde, o café possui vários antioxidantes e, quando consumido de forma moderada, ajuda a reduzir os riscos de doenças cardiovasculares, inflamações além de ser importante fonte de energia. O modelo de produção no país é exemplo em todo o mundo e representa o trabalho de centenas de produtores.

“A nossa cafeicultura é modelo ara o mundo, pois é sustentável e nosso cafeicultor está consciente das exigências do mercado: produzir café de qualidade, sustentável, cumprir as leis trabalhistas porque o consumidor não quer saber só do produto na mesa dele ele quer saber também de onde veio esse produto”, finalizou  Carlos Alberto.

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Fonte: Canal Rural