Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, nesta terça-feira, intensificaram suas baixas e fecharam o dia no vermelho, perdendo entre 6,50 e 7,50 pontos. O contrato maio/17, referência para a safra do Brasil, foi a US$ 9,46 por bushel. Segundo o analista de mercado Matheus Gomes Pereira, da AGResource Brasil (ARC Brasil), o suporte para este vencimento passa a ser, portanto, de US$ 9,30. Já o novembro/17, indicativo para a safra dos EUA, fechou com US$ 9,57, com suporte nos US$ 9,43.
Na contramão da CBOT e em um movimento de retomada após algumas baixas registradas ao longo do dia, o dólar fechou em alta frente ao real, terminando os negócios com ganho de 0,29% e valendo R$ 3,1134. Na mínima do dia, a divisa foi a R$ 3,0822. “O dólar abaixo de 3,09 reais atraiu compradores”, afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva em entrevista à agência de notícias Reuters.
O ligeiro avanço da moeda norte-americana limitou o recuo das cotações nos portos do Brasil, e permitiu até mesmo pequenas altas em alguns terminais. No porto de Rio Grande, a oleaginosa disponível subiu 0,46%, enquanto no mercado futuro a alta foi de 0,15% para preços que fecharam em, respectivamente, R$ 65,50 e R$ 65,90 por saca. Em Santos, a alta também foi de 0,155 para R$ 66,30.
Já no disponível de Paranaguá, o valor da saca recuou 0,78% para R$ 64,00 e 0,76% no futuro, para R$ 65,50, assim como foi registrado em diversas praças de comercialização no interior do Brasil. As baixas observadas oscilaram entre 0,85% – em Panambi/RS, para R$ 56,04 por saca – a até 3,30% – em Luís Eduardo Magalhães, para R$ 55,60.
Segundo o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, a soja brasileira é, neste momento, mais competitiva para os importadores e atrai a demanda. “A China, nos últimos dias, comprou de 15 a 20 navios aqui”, diz, relatando que as vendas novas saíram em resultado da ligeira melhora que foi registrada pelos preços na última semana.
Ainda de acordo com Vanin, há menos de 50% da safra 2016/17 do Brasil já comercializada de uma produção de mais de 110 milhões de toneladas, o que significa dizer que os produtores ainda têm perto de 60 milhões de toneladas para comercializar. “Isso é o dobro do que foi visto no ano passado, quando, no início de abril, 70% de uma safra (2015/16) de 96 milhões já tinha sido vendida, e os produtores tinham 30 milhões ainda pra vender”, explica o analista.
Fonte: Agro Noticias