UNIAGRO
ANÁLISE CONJUNTURAL: Algodão
Notícia
Publicado em 14/04/2017

Os preços internos do algodão em pluma acumularam alta em março, recuperando as perdas do mês anterior

A reação esteve atrelada à postura firme de vendedores e ao maior interesse de indústrias em adquirir o produto, especialmente na primeira quinzena. Na segunda metade do mês, parte das fiações da região Centro-Sul esteve retraída. No Nordeste, especificamente, algumas indústrias se mantiveram ativas, adquirindo vários lotes para entrega rápida. O Indicador CEPEA/ESALQ com pagamento em 8 dias, referente à pluma 41-4 posta em São Paulo, registrou aumento de 1,9% entre 28 de fevereiro e 31 de março frente ao recuo de 1,6% em fevereiro, com a média mensal, de R$ 2,7507/lp, superando em 0,3% a de fevereiro/17 e em 7,2% a de março/16, em termos reais – IGP-DI de fev/17.

Por outro lado, a baixa qualidade de parte dos lotes disponíveis e os menores valores ofertados por compradores limitaram as negociações e intensificaram a “queda de braço” entre agentes no correr de março. Do lado vendedor, cotonicultores estiveram firmes nos valores pedidos, principalmente para a pluma de melhor qualidade. Já comerciantes e tradings estiveram ora presentes, ora retraídos do mercado. No balanço do mês, o volume negociado foi considerado bom, tanto para entrega no curto prazo como para o algodão das safras 2016/17 e 2017/18. Para entregas no mercado doméstico, foram observadas negociações baseadas no Indicador e também a preços fixos – em Real e em dólar.

A paridade de exportação acumulou alta de 3,3% em março, favorecendo a realização de contratos voltados para o mercado externo, até mesmo de lotes com qualidade mista. Em março, os preços de exportação para embarque entre abril e junho de 2017 tiveram média de US$ 0,8072/lp, segundo cálculos do Cepea, queda de 0,65% frente aos dados captados em fevereiro/17. Para embarques no segundo semestre deste ano (referente à safra 2016/17), a média está em US$ 0,7767/lp, alta de 0,88% frente à do mês anterior, e para a temporada 2017/18, em US$ 0,7588/lp, 1,78% superior à média de fevereiro/17.

Segundo dados da BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias) tabulados pelo Cepea, 81,5% da safra brasileira 2015/16, estimada em 1,289 milhão de toneladas, havia sido comercializada até 31 de março. Desse total, 54,7% foram direcionados ao mercado interno e 45,3%, ao externo. Referente à safra 2016/17, estimada em 1,443 milhão de toneladas, foram registradas negociações equivalentes a 35,4%. Desse volume, 39% foram destinados ao mercado interno e 61%, ao externo.

Quanto às exportações, após quatro meses em queda, os embarques brasileiros de pluma aumentaram em março, totalizando 32,2 mil toneladas, 68,6% a mais que em fev/17, mas expressiva redução de 58% sobre mar/16. O faturamento foi de US$ 54,4 milhões, aumento de 42,3% frente a fev/17. Em moeda nacional, a receita, de R$ 170 milhões, subiu 43,4% na comparação mensal. O preço médio de exportação em março foi de US$ 0,7667/lp, 2,7% maior que no mês anterior (US$ 0,7467/lp) e 16,5% superior ao de um ano atrás. As importações brasileiras da pluma, por sua vez, cresceram 70,3% de fevereiro para março, totalizando 8,5 mil toneladas; frente a mar/16, o aumento foi quase 5 vezes maior, visto que naquele período as compras se limitaram a 1,7 mil toneladas. O preço médio de importação em março foi de US$ 0,7940/lp, 4,8% superior ao do mês anterior (US$ 0,7577/lp) e 19,2% maior que os US$ 0,6659/lp de mar/16.

Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), os futuros subiram, refletindo a demanda firme e o bom desempenho das exportações da pluma norte-americana. De 28 de fevereiro a 31 de março, o contrato Maio/17 se valorizou 1,3%, fechando a US$ 0,7733/lp no dia 31. O contrato Jul/17 teve alta de 1,43% (US$ 0,7859) e o vencimento Out/17, de 0,28% (US$ 0,7461/lp). No mesmo período, o vencimento Dez/17 recuou 0,39% (US$ 0,7409/lp). Quanto à safra 2016/17, a Conab elevou a previsão de colheita no 6º levantamento, para 1,443 milhão de toneladas, 11,9% acima da temporada anterior.

O impulso veio do aumento de 15,5% estimado para a produtividade, que foi para 1.559 kg/ha, visto que a área deve diminuir 3,1%, por conta da pressão vinda do elevado estoque mundial e do aumento dos custos de produção.

 

Fonte: Portal do agronegocio

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