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Agricultores do oeste baiano conversam sobre sustentabilidade com diplomatas
12/08/2019 09:07 em Notícia

Representantes de dez embaixadas que visitaram a região nesta semana a convite da CNA

“Vocês podem ver com seus próprios olhos como os produtores brasileiros preservam o meio ambiente. É preciso contar ao mundo que temos uma das legislações ambientais mais rigorosas, temos cadastro rural, política de descarte responsável das embalagens de defensivos e todos os financiamentos são condicionados ao cumprimento das legislações”, discursou Carminha Maria Gatto Missio, vice-presidente da Faeb (Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia).

Ela faz parte dos seis irmãos com o sobrenome Gatto que deixaram uma propriedade de agricultura familiar no Rio Grande do Sul para desbravar à região na década de 80 e hoje são donos da Oilema, fazenda que produz 700 mil sementes de soja por ano, e de dois condomínios rurais que produzem grãos e algodão.

“A mídia divulga que estamos envenenando o alimento, usando defensivos por prazer. Não é nada disso. Ao contrário: está crescendo o uso de defensivos biológicos no Brasil. É preciso lembrar que a diferença de remédio para veneno é a dose”, completou o também gaúcho Celito Missio, marido de Carminha.

Além do casal, todos os produtores fizeram questão de contar aos estrangeiros que preservam pelo menos 20% de suas áreas no bioma cerrado, além das áreas de proteção ambiental e que a captação de água é gerenciada por órgãos federal e estadual.

Almir Moraes, dono da Captar Agribusiness, que tem 22 mil bovinos em confinamento e planeja chegar a 50 mil com a parceria de pequenos criadores das regiões do semiárido e Matopiba, ressaltou aos visitantes que o uso da tecnologia na produção pecuária ajuda a preservar o meio ambiente. “Onde não tem tecnologia, como na pequenas propriedades do semiárido, é que há gasto dos recursos naturais.”

“Sustentabilidade é um dos cinco pilares do nosso projeto”, destacou o veterinário paulista Stefan Zembrod, diretor do Grupo Ipê, que chegou à região em 2007 com um projeto ousado de cria, recria e engorda de bovinos. Hoje, além da fazenda de 12 mil hectares que manda para o abate 10 mil cabeças por ano, o grupo tem frigorífico e uma boutique de carnes premium.

A fazenda em Barreiras, diz Zembrod, é autossustentável. Produz sua própria energia e biocombustível para a frota, fabrica a ração para os animais, tem currais antiestresse, reciclagem de funcionários para manejo dos animais com práticas de bem-estar e aproveitamento de dejetos. Os outros pilares são sanidade, nutrição, manejo e genética.

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Durante visita a Cooperfarms (Cooperativa dos Produtores Rurais da Bahia), em Luís Eduardo Magalhães, os estrangeiros foram questionados sobre qual é a imagem do agronegócio brasileiro lá fora em relação à sustentabilidade ambiental. Franck Foures, conselheiro agrícola da Embaixada da França, respondeu que não é muito boa. “A comunicação de vocês não tem sido eficiente. Acho que falta reconhecer que há espaço para melhorar. É bem difícil para países da Europa, por exemplo, acreditar que o agro brasileiro é perfeito na preservação do meio ambiente.”

Fonte: Revista Globo Rural

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