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Surpresa do clima garante safra robusta de soja no Matopiba; Oeste da Bahia é destaque
29/05/2019 09:10 em Notícia

Contrariando até mesmo as expectativas mais otimistas, o Matopiba (região de confluência entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) apresentou uma das melhores safras de soja da história.

A falta de chuvas e o clima excessivamente quente registrado entre novembro e janeiro não foram suficientes para prejudicar a safra total da região e acabar com o paraíso astral dos produtores da oleaginosa – os bons ventos começaram no ciclo 2016/17, depois de anos de dificuldades. Perdas pontuais de produtividade foram registradas, mas seus efeitos se limitaram a impedir que o recorde da temporada passada (2017/18) fosse quebrado. “Teve umas ‘quebrinhas’, mas, em geral, a safra foi excepcional”, disse Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima.

As chuvas demoraram, mas não decepcionaram quando vieram nos meses de fevereiro e março. No Oeste da Bahia – região responsável por cerca de 5% da produção nacional e aproximadamente 40% da do Matopiba -, ao redor de 30% da área estava ameaçada com a falta de chuvas no começo deste ano.

“Eram as lavouras de ciclo precoce, mas as chuvas voltaram e vimos produtividades melhores que o esperado”, disse o assessor de agronegócio da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Luiz Stahlke. Com a colheita já terminada, a produtividade média registrada na Bahia foi de 56 sacas de 60 quilos por hectare, com uma produção total de 5,3 milhões de toneladas do grão.

A previsão inicial para a temporada, que termina em junho, era de 66 sacas de 60 quilos por hectare, repetindo o número recorde registrado no ciclo 2017/18. O número não foi confirmado, mas, ainda assim, foi a segunda melhor produtividade já registrada.

“No Piauí, na região de Balsas, houve problema climático, mas, mesmo assim, a safra ali foi melhor que a do ano passado”, disse o agrometeorologista da Rural Clima.

Para Adriano Gomes, analista da consultoria AgRural, com sede no Paraná, o problema de muitos estados da região – Piauí, Tocantins e Maranhão – é que houve muitos registros de chuvas “manchadas”. “Aí a produtividade acaba variando muito de um talhão para outro”, afirma.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção estimada de soja do Matopiba deve ficar em 13,4 milhões de toneladas, 12% da produção do Brasil. O número calculado é 10,3% menor que o do ciclo 2017/18, temporada considerada por analistas como perfeita para os padrões da região. A produção de milho do Matopiba também não deve decepcionar em 2018/19.

Segundo a Aiba, a produtividade média nos talhões já colhidos tem ficado em 140 sacas por hectare. A previsão na Bahia é de produção de 1,2 milhão do cereal, menor que as 1,5 milhão de toneladas colhidas em 2017/18. Apesar da queda, trata-se de um bom volume. “As chuvas estão ajudando a produção de milho ali também. O produtor da região está dando risada”, brincou Santos.

Fonte: Matopiba Agro

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