Senepol
O gado senepol chegou ao Brasil há 17 anos e rapidamente ganhou espaço na pecuária nacional. Rústica, produtiva e fértil, a raça se tornou uma opção para o cruzamento industrial. Os touros são acasalados com matrizes da raça nelore para melhorar a qualidade dos bezerros, por meio do chamado choque de sangue ou heterose.
“Estamos vendendo para muitos criadores de nelore para fazer
o F1. A primeira cruza que na raça a gente chama de S1, tem tido um
diferencial de desmama muito grande, com um prazo de abate bem mais curto que o
animal tradicional de mercado, além de uma vantagem muito grande: ele funciona
a pasto nas regiões mais difíceis, onde não tem tanta estrutura para
inseminação. Hoje nós temos um touro que funciona no clima nacional”, explica o
criador Ricardo Magnino.
Os touros da raça senepol estão prontos para serem utilizados
na reprodução aos 18 meses de idade. Cada animal custa, em média, R$ 10 mil,
20% a mais em relação aos anos anteriores. De acordo com a Associação de
Criadores de Gado Senepol, somente em 2015, os leilões de touros movimentaram
cerca de R$ 50 milhões.
Canchim
O animal é uma boa opção para produtores que procuram aliar a precocidade com a rusticidade necessária para encarar os pastos de todo o país. Reconhecido como raça desde 1972, o canchim é uma mistura de sangue nelore e charolês, raça europeia que não teria fácil adaptação em regiões de clima tropical.
Idealizado para o melhoramento da pecuária, o animal é
conhecido pela alta adaptabilidade às condições rústicas no Brasil, e cobre bem
onde outras raças europeias não cobrem. Além disso, a raça transmite
precocidade aos bezerros, que chegam mais rápido ao abate, e às fêmeas, que
atingem a maturidade reprodutiva mais cedo e encurtam o ciclo de reprodução.
Curraleiro pé-duro
Embora seja uma raça europeia, os animais são bastante rústicos e indicados principalmente para climas hostis e produção a pasto com baixa disponibilidade de forrageiras. São considerados bovinos de dupla aptidão, podendo ser utilizados tanto na produção de carne como na de leite.
Na produção de carne, ele é indicado no cruzamento industrial
com raças zebuínas como guzerá, sindi e, claro, nelore. Também é opção para
acasalamentos com as fêmeas F1 (geradas a partir do cruzamento de uma raça
zebuína com uma europeia).
Já na pecuária leiteira, o curraleiro pé-duro é indicado para
acasalamentos com animais de raças com alto potencial produtivo, como holandês
e jersey. Neste caso, o objetivo é obter progênies produtivas e ao mesmo tempo
rústicas.
Ultrablack
Com um grau de sangue de pelo menos 80% angus e 20% zebuíno, os touros ultrablack vão ao encontro da necessidade de aproveitar as fêmeas meio-sangue (F1) que apresentam precocidade e alta fertilidade. A raça basicamente foi selecionada nos Estados Unidos e Austrália, em regiões quentes e com desafio de clima.
A expectativa é boa em relação ao mercado, já que a carne de
qualidade pode participar de programas de certificação, possui demanda
assegurada e valorização garantida.
Bonsmara
O bonsmara é fértil, rústico e também muito dócil. É uma raça bovina criada na África do Sul para suportar as altas temperaturas do país. Ela só ganhou o mundo depois de 1994, com o fim do regime político segregacionista do apartheid.
Aqui no Brasil a raça chegou em 1999, através de embriões, e atualmente é
muito utilizada no cruzamento industrial a campo. Para ser registrado, o bonsmara passa por
processos de avaliação como fertilidade, musculosidade e qualidade da carne.
Wagyu
De origem japonesa, o animal tem boa rusticidade, podendo aguentar grandes variações climáticas. No Japão a raça consegue viver em ambientes com temperatura de 30°C até -30°C; no Brasil, o wagyu pode ser encontrado desde o norte de Mato Grosso até o Rio Grande do Sul.
Especialistas consideram que a carne de wagyu, uma das mais valorizadas do
mundo, conhecida, apresenta um sabor único, graças ao alto nível de marmoreio.
Guzerá
A raça foi trazida da Índia para o Brasil em 1870, para trabalhar em fazendas e no transporte do café, principalmente no Nordeste e no Rio de Janeiro. Os animais de dupla aptidão, usados tanto para produção de carne como de leite, se tornaram a principal raça do país na época.
Nós últimos anos, o cruzamento com outras raças zebuínas e
europeias colocou o guzerá novamente em evidência no cenário nacional. No
corte, a cruza com o nelore fez surgir o guzonel. Já no leite, o
acasalamento com o gado holandês deu origem a uma nova raça conhecida
como guzolando.
Os animais se destacam pelo volume e pela qualidade do leite
produzido. Em comparação com o produto obtido de outras raças, o leite
proveniente de fêmeas guzerá apresenta maior quantidade de sólidos totais.
Braford
Conhecida pela produtividade e rusticidade, o braford surgiu no Brasil na década de 1970, fruto do cruzamento de animais europeus e zebuínos.
A raça tem a alta fertilidade, a habilidade materna, o
temperamento dócil e a qualidade da carne do hereford, com a capacidade de
adaptação aos trópicos do nelore.
Hereford
O primeiro exemplar da raça chegou ao Brasil vindo da Argentina em 1906, e as primeiras vacas, em 1910, provenientes do Uruguai. O hereford é conhecido por seu grande porte, resistência e aptidão para a produção de carne, devido a sua conformação e capacidade de engorda.
O animal apresenta ainda adaptação aos mais diversos sistemas
de produção. A raça une docilidade e rusticidade, além de altos índices de
fertilidade e de rendimento de carcaça. Suas principais características são o
esqueleto forte e a grande estrutura muscular.
Fonte: Canal Rural