UNIAGRO
Veja dicas para controlar o carrapato e evitar prejuízos

Nesta época do ano, com a umidade elevada, ocorrem mais casos de infestação desse parasita que se alimenta do sangue do hospedeiro

 O carrapato é o grande vilão da pecuária brasileira, capaz de reduzir em até 20% a lactação em vacas leiteiras, podendo até causar a morte de alguns animais. Nesta época do ano, com a umidade elevada, ocorrem mais casos de infestação desse parasita que se alimenta do sangue do hospedeiro.

No Brasil, a infestação ocorre mais em animais de raças europeias, afetando a qualidade do leite. “Tem caso de doenças transmitidas aos bovinos, como a babesiose, que matam o animal se o produtor não agir rápido. São problemas que precisam ser enfrentados dentro da pecuária”, diz o produtor de leite Marcelo Leite de Vasco Toledo.

 Em períodos chuvosos, a proliferação é ainda maior, e como não existe uma vacina que combata o carrapato, o produtor precisa adotar algumas medidas preventivas. Entre elas, está o manejo rotacionado, com intervalos de 30 dias entre os piquetes, para reduzir a quantidade de hospedeiros na pastagem e interromper o ciclo do parasita.

 “Você não consegue zerar (a presença do parasita) porque o gado tem sangue quente, o que faz o carrapato atacar. É muito difícil você eliminar totalmente o carrapato da pastagem, mas são alguns detalhes que podem ser feitos para reduzir a incidência”, afirma Toledo.

Outra medida importante é o uso do produto conhecido como "pour-on". A aplicação deve ser feita sobre a região do dorso lombar do animal e a dose varia de acordo com o princípio ativo escolhido, mas a média é de 10 mililitros para cada 100 quilos. “No período das chuvas, o produto perde um pouco a eficácia, mas você aplicando a cada 30 ou 40 dias consegue um bom resultado”, conta Toledo.

Quando a infestação está em níveis elevados, o tratamento deve ser feito com pulverização. A aplicação precisa ser feita em dias mais secos e frescos, e em todas as partes do animal. O produtor deve repetir a dose a cada 15 dias e monitorar os resultados.

“Na pulverização, a dose varia também. A média é de 2 ml para cada litro, mas é importante observar a bula do produto”, diz a veterinária Érika Stortzer.

Após a aplicação, o produtor deve respeitar o prazo de carência tanto para consumo de carne como de leite. O tempo pode variar de 15 dias a quatro meses, dependendo do princípio ativo escolhido.

 A médica veterinária afirma que o uso do mesmo remédio durante muito tempo pode causar resistência do carrapato, por isso, é importante alternar a escolha dos produtos. “Pode utilizar o mesmo princípio ativo e, se ele fizer resultado, não trocar. No caso do pour-on, a cada dois meses pode variar. Se mudar o princípio ativo e não resolver, o produtor deve coletar material e levar para análise”, diz Érika Stortzer .

Fonte: Canal Rural