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Soja: Rally da Safra começa com expectativa de queda de 11% na produtividade
14/01/2019 10:44 em Notícia

Avaliação de lavouras será feita em 14 estados produtores, mas principais problemas devem estar no Paraná e Mato Grosso do Sul, onde expectativa de rendimento é de cerca de 35 sacas por hectare

A partir da semana que vem, o Rally da Safra promovido pela Agroconsult vai percorrer os 14 principais estados produtores para avaliar as lavouras de soja. Mas, antes mesmo de ir a campo, a estimativa é de encontrar uma safra menor que a anterior.

A expectativa de recorde para a soja ficou mesmo para depois. Com a falta de chuvas durante o plantio, não dá para sonhar alto: a queda de produtividade pode superar 11%, ficando em torno de 35 sacas por hectare no Paraná e Mato Grosso do Sul, estados mais atingidos pela estiagem.

De acordo com o sócio diretor da Agroconsult, André Pessôa, a rentabilidade dos produtores desses dois estados será especialmente atingida. “As margens já eram estreitas, o câmbio está caindo e reduzindo o preço da soja. Com essa queda de produtividade, vai ficar difícil pra esses produtores fecharem a conta”, diz.

Pessôa lembra, porém, que essa frustração de safra não afetará o Brasil inteiro. “Se você pegar algumas regiões como Minas Gerais, Bahia, mesmo o Rio Grande do Sul, Goiás, será uma safra boa”, diz.

No total, a Agroconsult prevê uma safra de 117,6 milhões de toneladas de soja, menor do que o projetado. O volume é menor do que o projetado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou nesta quinta-feira, dia 10, uma estimativa de colheita de 118,8 milhões de toneladas.

Na área plantada, há uma uma leve diferença entre as duas projeções: 36 milhões de hectares na Agroconsult, enquanto a Conab diz que serão 35,76 milhões.

Com uma produção menor e estoques em baixa, o volume das exportações não vai superar 2018. A projeção é de 73 milhões de toneladas. No ano passado, os embarques chegaram a 84 milhões de toneladas.

A antecipação do plantio de soja trouxe uma consequência: a colheita está concentrada. Em fevereiro, serão 50 milhões de toneladas retiradas do campo. Na mesmo mês do ano passado, foram 30 milhões – ou seja, mais soja no mesmo tempo no mercado.

A questão põe em alerta regiões onde a estrutura de armazenagem não é adequada, diz André Pessôa. “Concentrando muito a colheita em fevereiro, que é um mês em que chove bastante, pode faltar silo, secador, caminhão, e isso pode causar uma situação de stress que acaba se refletindo sobre preços durante o mês”, afirma.

Fonte: Canal Rural

 

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