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Dejetos de galinhas viram biocarvão e ajudam a recuperar água
20/03/2018 11:17 em Notícia

No estudo, o biocarvão foi composto com dejeto de galinha e palha de cana-de-açúcar, transformando em solução para questões como a crescente emissão de gases de efeito estufa

Uma pesquisa realizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP revelou como realizar mitigação de impactos ambientais, como a emissão de gases de efeito estufa, e recuperar águas residuárias ocasionadas pela elevada concentração de fósforo, entre outras aplicações, utilizando biochar (biocarvão), que é caracterizado como um produto de queima com material orgânico.No estudo, o biocarvão foi composto com dejeto de galinha e palha de cana-de-açúcar, transformando um material que antes se caracterizava como problema ambiental em solução para questões como a crescente emissão de gases de efeito estufa.

Os benefícios de se queimar tais materiais orgânicos são mais bem vistos no solo arenoso, sendo a produção de biocarvão, a partir dos resíduos, uma forma ambientalmente segura de deposição desses materiais. Sarah Vieira Novais, responsável pelo projeto, destaca que “ambos os biochars não teriam capacidade de adsorção [retenção] do fósforo sem passar por modificação química”.

Para conferir tal propriedade ao biocarvão, permitindo seus diferentes usos, foi realizado um processo denominado dopagem, utilizando magnésio ou alumínio. Dessa forma, a aplicação dos biocarvões em águas eutrofizadas ou residuárias se mostrou viável, não só em razão da adsorção de fósforo, mas também de sulfatos e, em menor proporção, nitratos e cloretos.

Assim, os biochars de dejeto de galinha e palha de cana-de-açúcar se mostram excelentes para a recuperação de águas e posterior reúso na agricultura, celebra a pesquisadora. “Com os resultados positivos, constatamos o potencial do biochar como mitigador de gases de efeito estufa, recuperador de águas e um potencial fertilizante de liberação lenta no reúso de fósforo”, resume ela.

A tese de Sarah Vieira Novais, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas da Esalq, sob orientação do professor Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, foi defendida em janeiro deste ano.

Fonte: Canal Rural

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